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Lembrar-me ainda e saber que vou esquecer. Essa é a justificação que dou a mim próprio para escrever estas palavras. Um dia, irei precisar delas para voltar a lembrar-me.(...)

 

José Luis Peixoto in Abraço

Padrão do Campo Pequeno

  • Foto do escritor: Ana Calheiros
    Ana Calheiros
  • 3 de mar. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de jun. de 2024



Padrão do Campo Pequeno

classificado como Monumento Nacional em 1910



A rodear o padrão do Campo Pequeno, desde 1995 encontra-se um pequeno jardim com um anfiteatro, uma obra do arquitecto paisagista Caldeira Cabral (filho).


12 cavaleiros em ferro, da autoria do artista plástico Luís Pinto-Coelho encontram-se espalhados entre as árvores, fazendo-lhe guarda de honra (para uns, representam as hostes de D. Dinis e de D. Afonso IV e a paz alcançada na quase-batalha que é recordada no padrão, para outros, como a CML, representam os vice-reis da Índia).


O padrão de 1323, foi mandado colocar pela Rainha Santa Isabel em memória da quase-Batalha de Alvalade.

Foi classificado como Monumento Nacional em 1910.


 

"A Rainha Santa em Alvalade", desenho de Roque Gameiro, 1917


Sob o padrão, a negro encontra-se este texto explicativo:


"ESTE PADRÃO, QUE É PATRIMONIO DO ESTADO, RECORDA A ACÇÃO PACIFICADORA DA RAINHA SANTA ISABEL, NA PRIMAVERA DE 1323. QUANDO DUAS FACÇÕES DE PORTUGUESES INICIAVAM UM COMBATE FRATRICIDA, ELA ACORREU AO LUGAR DE ALVALADE, E CAMINHANDO ENTRE AS FILEIRAS INIMIGAS FOI ONDE EL-REI ESTAVA, E DONDE EL-REI ESTAVA TORNOU AO INFANTE, E POR VEZES VINDO DE UMA PARTE PARA OUTRA TRATOU ENTRE ELES POR TAL MANEIRA QUE O INFANTE FOSSE BEIJAR AS MÃOS DE SEU PAI, E EL-REI BENZESSE O SEU FILHO, E PARTIRAM DALI AMIGOS

(RELAÇAM DA VIDA DA GLORIOSA SANTA ISABEL, TEXTO PORTUGUÊS DO SÉC. XIV)".



Embora havendo relatos históricos que comprovem a sua autenticidade e o próprio padrão seja seu testemunho, este episódio faz parte da tradição lendária isabelina e é conhecida pela "lenda da mulinha de Alvalade".

Dois desenhos de Roque Gameiro, traduzem a dualidade deste episódio, num, contrariando o nome da lenda, a Rainha aparece montada num reluzente cavalo negro, ricamente aparelhado, no outro, a Rainha aparece montada na mulinha mas traz consigo o apoio dos "céus" que iluminam e acalmam as hostes guerreiras.

Há, também um exagero no texto, a realidade é que os relatos históricos apontam para que, embora não tendo havido batalha, pai e filho não ficaram amigos e não se voltaram a falar, nem mesmo depois de D. Dinis satisfazer algumas das reivindicações do filho, que estiveram na origem da sua agressão.



Quanto ao padrão, muitas vezes foi ignorado, outras tantas foi lembrado e restaurado, já se afastou para direita e para a esquerda do local original várias vezes e, o seu visual, foi-se adaptando ao gosto estético das várias épocas...



 




Invocando esta batalha a Junta de freguesia de Alvalade no seu brasão tem duas espadas cruzadas


"As espadas provêm das armas da antiga freguesia de Alvalade, fazendo, pela sua posição invertida, alusão ao episódio histórico da batalha de Alvalade entre o rei D. Dinis e o infante D. Afonso (futuro D. Afonso IV), travada por acção da Rainha Santa Isabel."




 

fonte fotográfica:

desenho de Roque Gameiro - pt.wikipedia.org

desenho de Roque Gameiro e Alfredo Morais - purl.pt

padrão do Campo Pequeno anterior enquadramento e actual - www.paixaoporlisboa.pt


Âncora 2
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