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Lembrar-me ainda e saber que vou esquecer. Essa é a justificação que dou a mim próprio para escrever estas palavras. Um dia, irei precisar delas para voltar a lembrar-me.(...)

 

José Luis Peixoto in Abraço

Basílica da Estrela

  • Foto do escritor: Ana Calheiros
    Ana Calheiros
  • 3 de mar. de 2021
  • 22 min de leitura

Atualizado: 23 de jun. de 2024


basílica da estrela

A Basílica, o Convento e o Palácio da Rainha.

classificado como Monumento Nacional em 1910


O projecto da autoria do Architeto das Reaes Obras de Sua Magestade, Matheus Vicente de Oliveira, contemplava um conjunto de edifícios com interligação formado pelo Convento da Ordem das Carmelitas Descalças de Santa Teresa, dedicado ao culto do Sagrado Coração de Jesus; a Basílica e o Palácio da Estrela ou da Rainha.

D. Pedro III, tio e marido de D. Maria I, na sua qualidade de Senhor da Casa do Infantado, por ser segundo filho do Rei D. João V, cedeu, para a sua implantação, os terrenos do Casal da Estrela, em terras de bons ares ou “Buenos Aires”, propriedade da Casa do Infantado. Segundo alguns autores a construção do complexo inicia-se pelo Convento em Janeiro de 1778, embora o início oficial das obras, com a cerimónia de colocação da primeira pedra e cunhagem de medalha comemorativa se tenha dado em Outubro de 1779(1), quando as obras do convento já se encontravam bastante avançadas. As obras da Basílica e do Palácio da Rainha só se iniciam mais tarde quando o Convento já se encontra parcialmente concluído e cercado.

Após o falecimento de Mateus de Oliveira em 1786 a obra fica a cargo do Arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos que procede a algumas alterações no projecto, tornando a cúpula e as torres laterais mais altas e alterando o perfil do frontão da fachada.

D. Maria I sucede ao pai em 1777 e, o projecto inicial de Mateus Vicente de Oliveira é do mesmo ano e, revela uma arquitectura coerente com a regra das Carmelitas, apresentava um convento que se pretendia simples, dedicado à clausura e à contemplação divina e, por isso, respeitava de uma forma mais cabal o sentido da, alegada promessa formulada em 1760 pela então princesa D. Maria, quando casou, comprometendo-se a mandar erigir um convento dedicado ao culto do Sagrado Coração de Jesus, caso de viesse a ter um filho varão. Esse desejo veio a cumprir-se com o nascimento de D. José, príncipe da Beira em 1761 (que faleceu com varíola em 1788).


No entanto, por vontade expressa da rainha, o projecto tem sucessivas remodelações de forma a torná-lo uma obra mais exuberante e ornamental, quer nas adaptações feitas por Mateus de Oliveira num segundo projecto quer na modificação final de Reinaldo dos Santos que para além de acrescentar mais elementos decorativos e, como referido anteriormente, modifica o formato do frontão e torna as torres e o zimbório mais altos.


"Na ala sul do convento, desenvolve-se o chamado palácio da Rainha ou Casa da Rainha, edificado junto à ala conventual das freiras, para usufruto de D. Maria I e da família real nas visitas assíduas à basílica. Quando o palácio estava ainda em construção, a partir de 1781-1782, a corte habitava as instalações provisórias que foram construídas por Mateus Vicente, anexas à igreja, edificadas ainda em 1779, após a sagração da igreja. Estas correspondiam à sala anexa ao transepto da igreja que permitia que a rainha assistisse à missa sem ser vista. Neste espaço é possível observar algumas assinaturas do risco de Mateus Vicente, os tons verdes e dourado das molduras das portas e janelas e a própria talha seleccionada para estes aposentos da rainha, pormenores que encontramos, também, na capela do Palácio de Queluz e na capela do Paço da Bemposta. Destas instalações o arquitecto concebeu um oratório ou capela privada da rainha onde se encontra o quadro sobre a Adoração do Santíssimo Sacramento, da autoria de Pedro Alexandrino.
Na margem inferior esquerda, é visível o pormenor do desenho de Mateus Vicente correspondente ao primeiro projecto para a fachada da Basílica da Estrela, ainda sem as torres, e os perfis da rainha D. Maria I e de D. Pedro III, mecenas da obra.
(...) Esta tela de Pedro Alexandrino reforça a tese de que a construção desta parte conventual corresponde ao período inicial da construção da basílica e coincidente com a grande campanha e actividade de Mateus Vicente na Estrela, anterior, portanto, à mudança de projecto operada por Reinaldo Manuel.
O chamado palacete da Rainha terá sido edificado a partir de 1781 e terminado em 1789, tendo correspondido à última fase de construção da Fábrica da Estrela. O seu acesso faz-se a partir de uma escadaria, em cujo primeiro patamar se encontra um nicho. No primeiro piso a existência de um corredor, onde se pode ver o fontanário do palacete e um conjunto de salas em que se destaca o quarto da rainha. Neste espaço, cujas paredes estão pintadas à maneira italiana, a temática versa as cenas da mitologia e a alegoria à vida de Santa Teresa de Ávila. No tecto, a Rainha doando os planos da Basílica a Santa Teresa de Jesus, atribuível a Pedro Alexandrino de Carvalho ou a Cirilo Volkmar Machado. A imagem apresenta uma Santa Teresa, assente em nuvens e rodeada de anjos que segura e protege o Sagrado Coração enquanto observa a rainha D. Maria I de vestes singelas que lhe apresenta o desenho do projecto da autoria de Reinaldo Manuel para a fachada da basílica da Estrela.
A temática decorativa com flores e jarros era própria de aposentos de uma rainha, incluindo a temática religiosa que se inseria no contexto de espaço conventual anexo ao palácio. Ao mesmo tempo simbolizava o significado de um projecto, de um desejo pessoal da rainha e da novidade da mensagem do culto de adoração do Santíssimo Coração de Jesus. Neste palácio a rainha observava o claustro conventual através da varanda do primeiro piso e tinha acesso aos ofícios e orações das carmelitas. Este corpo projectado pelo arquitecto articulava também a ligação entre a basílica e o convento. Toda a obra da Estrela revela um equilíbrio e uma articulação que Mateus Vicente procurou dar ao conjunto. É uma obra da sua autoria, pensada ao pormenor."
Mónica Ribas Marques Ribeiro de Queiroz, in "O Arquitecto Mateus Vicente De Oliveira (1706-1785) Uma Práxis Original Na Arquitectura Portuguesa Setecentista" (tese de doutoramento)


Os dois primeiros desenhos correspondem ao desenho da fachada projectada por Mateus de Oliveira

o último desenho corresponde ao projecto de Reinaldo dos Santos da fachada onde é incluído o convento


A Basílica tornou-se o panteão da sua fundadora, única monarca da dinastia de Bragança que não foi sepultada em São Vicente de Fora. Embora a rainha tenha morrido no Brasil foi transladada para a Basílica após o regresso da corte a Lisboa. Também se encontra na Basílica o túmulo do seu confessor Frei Inácio de São Caetano, bispo de Penafiel (nomeação feita pelo Marquês de Pombal) mais tarde nomeado pela rainha arcebispo de Tessalónica, inquisidor geral do reino e ministro assistente ao despacho que, desde a adolescência da rainha era o seu confessor e das suas irmãs, ainda no tempo do reinado do seu pai D. José I. Esta nomeação terá sido sugerida pelo próprio Marquês de Pombal, eventualmente com o intuito de formatar as mentes das infantas para a sua política.


Sandra Costa Saldanha no seu livro A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus, resume de uma forma sucinta o papel e a envolvência das três personalidades que participaram na concretização deste projecto:"D. Maria I (fundadora), D.Pedro III (promotor) e D. Fr. Inácio de São Caetano (impulsionador). Motivados por factores de ordens diversas, desempenharam um papel determinante em todo o processo de encomenda, podendo reconhecer-se o seu envolvimento individual em aspectos concretos da obra."

Este bispo, para além da sua influência teológica, foi determinante na escolha das monjas que vieram a ocupar o convento e terá tido uma importância preponderante no "adiar" da loucura da rainha já que em muitos aspectos tinha opiniões contrárias às suas, levando-a a contrariar-se nos seus impulsos doentios e religiosos. O seu falecimento foi o ponto sem retorno para a loucura que já se adivinhava depois das mortes do marido e do filho primogénito. A Revolução Francesa e a execução brutal dos Reis franceses e consequente queda da monarquia absolutista francesa foi também decisiva para a sua instabilidade mental.



 

O culto do Sagrado Coração de Jesus


A Basílica da Estrela foi a primeira no mundo a receber oficialmente a consagração ao Santíssimo Coração de Jesus, culto que embora remonte à Idade Média e que esteja consagrado no Antigo e Novo Testamento não era aceite totalmente pela ortodoxia católica da época.


Esta devoção da rainha já a tinha levado anteriormente a mandar construir capelas e oratórios, nomeadamente: a capela no convento de Santa Teresa de Jesus de Carnide (onde, segundo a irmã Maria do Carmo, antiga religiosa da Estrela, em Outubro de 1760, a futura rainha fez o voto de erguer em honra do Santíssimo Coração de Jesus um convento para carmelitas descalças (4)), a capela no convento de São João da Cruz de Carnide, um oratório do Paço da Ajuda e o oratório do Convento da Estrela.


"Com antecedentes longínquos, a propagação universal do culto do Santíssimo Coração de Jesus ficou a dever-se às visões de Margarida Maria Alacoque (1647-1690), religiosa da Ordem de Nossa Senhora da Visitação, no convento de Paray-le-Monial. A visitandina afirmava que Cristo lhe aparecia no altar, depois da comunhão, com as cinco chagas radiantes. Exclamando “Eis o Coração que tanto amou os homens”, o seu peito abria-se, deixando a descoberto o coração inflamado, coroado por uma cruz e envolto por uma coroa de espinhos. Lamentando a ingratidão dos homens, que ignoravam o seu amor, Cristo revela o desejo de ser honrado sob a figura do seu coração, pedindo-lhe a consagração de um culto público e a instituição de uma festa. A Ordem da Visitação, fundada em 1610, por São Francisco de Sales (1567-1622) e Joana Francisca de Chantal (1572-1641), na cidade francesa de Annecy, ficaria, desde então, directamente relacionada com esta devoção. Por esse motivo,um dos atributos principais do seu fundador viria a ser, precisamente, um coração em chamas, ou trespassado, e rodeado por uma coroa de espinhos.A partir de 1672 o culto passa à liturgia, com ofício e missa própria nos institutos a ele associados, e é consagrado oficialmente em 1685. A nova devoção conciliava-se com a política do catolicismo romano, que queria afirmar por meio do símbolo do Coração de Cristo o amor divino e humano. Neste sentido, foi defendido em vários países, não apenas pelas religiosas da Visitação, mas também pelos padres da Companhia de Jesus. No entanto, e apesar de alguns progressos,foi necessário esperar pelo século XVIII para que o tema entrasse definitivamente no repertório da iconografia católica. D. Maria I, particularmente devota do Santíssimo Coração de Jesus, desejava que o culto fosse oficializado em Portugal. Paulatinamente, dedicou-lhe três capelas,conseguiu que a sua festividade fosse inscrita no calendário eclesiástico português, instituiu a Ordem da Visitação, apoiou a construção do respectivo mosteiro e introduziu o seu símbolo nas três ordens militares, ordenando que às suas veneras se juntasse um coração. Mas a principal vitória da soberana adveio da autorização pontifícia para erguer em sua honra uma imponente basílica e respectivo convento."
Sandra Costa Saldanha in "A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus"

Os elementos artísticos utilizados marcam também o início de uma iconografia ligada a este culto em edifícios públicos. Exemplo dessa iconografia é o conjunto escultórico principal da fachada cujo elemento central é o baixo-relevo representando o Santíssimo Coração de Jesus ladeado por estátuas, não de santos como seria habitual, mas de figuras alegóricas representando a Fé, a Devoção, a Gratidão e a Liberalidade.

Quer na Basílica, no Convento, ou no Palácio existem numerosos detalhes decorativos na talha, nos azulejos, nos estuques e murais, que testemunham esta iconografia destacando-se, pela representação invulgar, a figuração entalhada de pequenos corações, curiosamente envolvidos por rosários de flores (e não pela habitual coroa de espinhos), nos dois confessionários do templo(2).


Esculturas e baixo relevo imediatamente a baixo do frontão da Basílica.

Baixo relevo do Sagrado Coração de Jesus de Machado de Castro, ladeado das estátuas da Fé, Devoção, Gratidão e Liberalidade



 

Arquitecto Mateus Vicente De Oliveira


O Architeto das Reaes Obras de Sua Magestade; Arquitecto do Senado da Câmara de Lisboa, Matheus Vicente de Oliveira


Ao Arquitecto Mateus Vicente De Oliveira é atribuída uma lista extensa de palácios ou igrejas, de grande relevância e importância patrimonial quer como arquitecto do projecto inicial quer como participante. Como era costume na época, a autoria das obras edificadas não ficava oficialmente registada, facto talvez justificável porque a maior parte das vezes o projecto era fruto de um trabalho conjunto de uma "escola" encabeçada por uma figura proeminente, dificultando, muitas vezes, a atribuição de uma assinatura efectiva. No entanto, segundo a autora da citação que se segue e, segundo o historiador de arte José Fernandes Pereira, o arquitecto Mateus de Oliveira deixa a sua "assinatura" no formato dos frontões por si desenhados: frontão contracurvado ou frontão borromínico. "(…). O frontão permite de certo modo seguir o rasto deste arquitecto" “(…) a sua marca mais conhecida, uma espécie de assinatura que colocava nas suas arquitecturas”.


"O arquitecto Mateus Vicente de Oliveira viveu entre 1706 e 1785. Trabalhou ao longo de cinquenta anos em obras de construção de palácios e igrejas do país, ao serviço dos reis D. João V, D. José I e D. Maria I. Destacou-se no convento de Mafra, na obra do palácio de Queluz ao serviço da Casa do Infantado, na igreja do Mosteiro do Lorvão e igreja de Santo António de Lisboa. Seguidor do arquitecto Borromini, original na forma como interpretou a tratadística italiana, ousou ser um arquitecto diferente dentro do panorama da arquitectura portuguesa setecentista, revelando versatilidade. A sua grande obra, a igreja, convento basílica da Estrela revela as características da sua mestria e da sua personalidade, uma forma original de conceber um espaço na arquitectura portuguesa."
Mónica Ribas Marques Ribeiro de Queiroz​, in "O Arquitecto Mateus Vicente De Oliveira (1706-1785) Uma Práxis Original Na Arquitectura Portuguesa Setecentista" (tese de doutoramento)


Igreja de Santo António em Lisboa; Chafariz da Arruda dos Vinhos e Basílica de Santa Quitéria em Meca (no chafariz é claro o "M" por baixo do brazão)

Seguindo essa "assinatura" (no caso da Basílica alterada por Reinaldo dos Santos) e outras características comuns às suas obras e cruzando com registos notariais de contratos assinados pelo arquitecto, a autora deste estudo associa-o a esta extensa lista, estabelecendo a sua participação como mais ou menos interventiva:

Obras de aprendizagem e de parceria com outros arquitectos:

Palácio, Igreja e Convento de Mafra – Sacristia; Palácio do Patriarcado; Palácio Mitelo e capela do Senhor Jesus dos Perdões; Mosteiro de São Vicente de Fora; Igreja e Convento da Graça; Igreja de Santo Estêvão de Alfama; Palácio Ludovice, a São Pedro de Alcântara

Principais obras de Mateus Vicente de Oliveira:

Palácio de Queluz; Igreja de São Francisco de Paula; Igreja do Mosteiro do Lorvão; Igreja de Santo António de Lisboa; Igreja de Nossa Senhora da Lapa; Igreja de Santa Luzia e de São Brás; Basílica de Santa Quitéria em Meca; Igreja da Memória

Obras diversas e dispersas:

Moinhos de Maré no Seixal; Fábrica do Biscoito; Palácio da Junqueira ou dos Patriarcas; Igreja de São Martinho em Sintra; Palácio de Belém; Jardim da Real Quinta de Caxias; O Túmulo da Rainha D. Maria Ana de Áustria; Convento do Desagravo das religiosas do Louriçal a Santa Clara; Palácio do Morgado em Arruda dos Vinhos; Palácio Estoi em Faro



 

​Museu de Arte do séc. XVIII (3)

Todo o complexo: Basílica, Convento e Palacete é um museu de Arte aberto ao público (pelo menos a parte da Basílica) com o melhor se fazia em Portugal, e não só, nos finais do séc. XVIII, quer a nível da escultura e pintura a óleo quer a nível da azulejaria, talha, ourivesaria, fundição e entalhe.

Destacam-se duas obras, uma pela curiosidade e outra pela qualidade, raridade e dimensão:

Pela curiosidade destaca-se a tela Anjos Custódio, Rafael, Miguel e Gabriel e o Coração de Maria que se encontra na capela de N. Sra. da Conceição na nave da igreja, que foi pintada pela infanta D. Maria Ana Francisca Josefa e pela princesa D. Maria Francisca Benedita, irmãs da rainha e que tinham sido alunas do pintor Domingos Sequeira.

Pela qualidade, raridade e dimensão destaca-se o presépio em terracota policromada, atribuído a Machado de Castro que desde 1917 se encontra na sacristia lateral do lado da epístola, antiga sala dos paramentos, desalojado da sala que originalmente lhe teria sido dedicada no convento mas, em contrapartida, acessível ao olhar público. Trata-se de uma obra de referência nacional, do século XVIII. Consta de aproximadamente 500 figuras e é o mais monumental dos presépios nacionais conhecidos e que, ainda se encontra montado na estrutura em madeira e cortiça original. Nele encontram-se representadas: a Natividade; a Adoração dos Reis Magos; a Adoração dos Pastores e Populares; o Cortejo Régio; a Anunciação aos Pastores e a Matança dos Inocentes. Suspensas, cinco nuvens com anjos e querubins, dão maior ênfase à tridimensionalidade da obra.


Escultura


Falar de escultura na Basílica da Estrela é falar de Machado de Castro. Na realidade toda a obra escultórica da Basílica saiu, não forçosamente das mãos deste artista mas, teve seguramente a sua supervisão e aprovação. Segundo ele próprio “Quem fez toda a Escultura externa, e interna do Convento do S.mo Coração de Jesus, em marmore, madeira e barro; se não este mesmo desgraçado,com seus Ajudantes accusados?”(4).

A oficina/escola de Machado de Castro - Aula e Laboratório de Escultura, tinha duas vertentes distintas, como o nome indica, “Na Aula (garantiam-se) os aspectos teóricos do ciclo formativo, enquanto no Laboratório se exercitava a prática da disciplina em simultâneo com o cumprimento das empreitadas destinadas predominantemente às obras reais.”(5) este novo formato de formação/oficina era o culminar de um processo evolutivo desde o tempo da Escola de Escultura de Mafra, dirigida mestre italiano Alessandro Giusti, à direcção, concepção e execução da Estátua de D. José I, desta vez, uma encomenda directa a Machado de Castro.

Esta "universidade/oficina" era composta por um substituto que o auxiliava directamente e por dez ajudantes e dez discípulos. Quatro dos Ajudantes a que se atribui a intervenção nesta obra - Alexandre Gomes, João José Elveni, Pedro, José Joaquim Leitão e António Luquez, têm em comum o facto de terem tido uma colaboração importante quer em Mafra quer na estátua de D. José I (os três primeiros).

Embora, pelas razões anteriores, todo o conjunto possa ser entendida como um trabalho colectivo, na prática terá sido destinado a cada ajudante ou conjunto de ajudantes uma ou mais obras. Assim, são atribuídas individualmente aos seguintes artistas as seguintes obras (embora alguns autores prefiram atribuir a participação de Pedro António Luquez a seu filho José Joaquim Patrício)(4):


  • Joaquim Machado de Castro - Baixo-relevo da do Santíssimo Coração de Jesus, o Presépio (e respectiva escola) e túmulo de Frei Inácio de São Caetano (desenho) (6);

  • Alexandre Gomes e João José Elveni – Santo Elias, Santa Teresa de Ávila, Fé, Virgem Maria (na galilé) e os serafins das capelas colaterais;

  • José Joaquim Leitão e Pedro António Luquez – Santa Maria Madalena de Pazzi, São João da Cruz, Devoção, Liberalidade, Gratidão e S. José (na galilé);

  • Faustino José Rodrigues, onde interveio Luigi Chiari - Túmulo da rainha D. Maria I

Pintura


Em 1779 iniciam-se as diligências para a encomenda ao pintor italiano Girolamo Pompeo Batoni da tela para o altar-mor da Basílica, muito antes do início da sua construção. Embora este pintor fosse reconhecidamente uma referência internacional e já tivesse produzido obras em Portugal no tempo de D. João V, a escolha deste pintor e a antecipação da encomenda poderá significar e, ir no sentido de uma rápida aprovação por parte do Vaticano do culto controverso à época a que todo o conjunto religioso era votado, já que, era conhecida a proximidade do pintor com o Vaticano e particularmente com o sumo-pontífice que tinha retratado recentemente. "Segundo Nuno Saldanha, a pintura de Pompeo Batoni, que representa a consagração do mundo ao Santíssimo Coração de Jesus, presente na capela-mor, teve o aval do Papa Pio VI que a “viu antes de vir para Lisboa”.(7)


Considerado por alguns como o melhor pintor italiano da altura, tem uma vasta obra quer usando uma temática religiosa respeitando as encomendas de várias Igrejas europeias, nomeadamente em Itália e também em Portugal onde obras suas para além das da Basílica se encontram igualmente patentes na Sé de Évora e na Igreja de S. Roque (por encomenda de D. João V) mas, também foi um retratista muito requisitado sendo muito vasta a galeria de retratos de nobres, governantes e clero de inúmeros países europeus.

Posteriormente foram feitas mais duas encomendas ao mesmo pintor de mais três telas cada uma, que estão colocadas em cinco das seis capelas da nave central da igreja (Incredulidade de São Tomé, Santa Teresa a receber as ofertas da rainha de Portugal na presença das freiras carmelitas, Sonho de São José, São João Evangelista a escrever o Apocalipse e Santo António e São Francisco) e, a Última Ceia na Capela do Santíssimo Sacramento (no transepto do lado do Evangelho).

Todas as inúmeras e restante telas (à excepção da já referida tela pintada pelas infantas) e pinturas murais e de tectos dos três edifícios, são da responsabilidade de três pintores nacionais de renome: Pedro Alexandrino Carvalho, Cirilo Volkmar Machado e Eleutério Manuel de Barros.(6)

No séc. XX (1953) foi acrescentada uma tela a óleo, no Baptistério, da autoria de Luciano dos Santos, oferta do prior da altura.


  • Pedro Alexandrino Carvalho - Santíssimo Coração de Jesus no tecto da Capela da Casa Paroquial; tecto da Capela de Nossa Senhora do Carmo; tecto e telas da Capela do Senhor dos Passos; tecto e telas da Sala da Rainha; tecto da sacristia e tecto da Casa do Órgão; pintura da alegoria à Igreja na sacristia (também atribuída a Cirilo Volkmar Machado), hoje Sala do Presépio e pintura das telas da Tribuna e Locutório do convento;

  • Cirilo Volkmar Machado - Doutores da Igreja da capela-mor, Painéis alusivos a São Jerónimo, da Capela do Senhor dos Passos e tecto da Sala do Presépio;

  • Eleutério Manuel de Barros - Elias deitando a capa a Eliseu; Santa Ana ensina a Virgem a ler e Ceia em Emaús, no transepto.



Outras artes


A arte do entalhe e da pintura de azulejos, tiveram uma importância relevante na arquitectura ao longo dos tempos e, nos casos de edifícios de menor monumentalidade chegavam a ser o único suporte artístico e decorativo da obra. Por esta razão, a par com a pintura e a escultura, estas artes tiveram artífices que se tornaram referência e cuja "assinatura" era sinónimo de grande valor artístico.

Enquadrando-se nesta categoria encontra-se os mestres entalhadores José Abreu do Ó e António Ângelo que foram responsáveis pela talha e por elementos de mobiliário dos três edifícios e ainda pela execução de moldes para ourivesaria de elementos decorativos.

São atribuídos a estes artistas os seguintes elementos(6):


  • José Abreu do Ó - Candeeiro das Trevas, guarda-vento e tribuna das freiras (no convento);

  • António Ângelo - Confessionários, os arcazes da sacristia e modelos para o ourives.


É mais difícil de atribuir um ou mais autores aos silhares ornamentais e painéis figurativos de azulejos dos três edifícios, uma vez que terão sido encomendados no decorrer de várias campanhas diferentes de obras e, embora mantendo a mesma paleta cromática (amarelos, verdes e roxos) os olhares atentos de peritos detectam estéticas diferentes entre vários conjuntos. Não restam no entanto dúvidas quanto à atribuição da Real Fábrica de Faianças no Rato como tendo sido a fornecedora de todo o conjunto.



O organeiro


António Xavier Machado e Cerveira, irmão de Joaquim Machado de Castro, realizou dois orgãos para a Basílica (três?). Ambos filhos de Manuel Machado Teixeira, também consagrado organeiro e que construiu o lindíssimo orgão do mosteiro dos Jerónimos (que acabou por ser concluído pelo filho após a sua morte, tornando-se o seu nº1). Não foi, no entanto, o seu parentesco o factor determinante para a sua escolha mas sim o seu mérito pessoal visto que, à data, já era consagrado como um mestre, sobretudo após a construção do orgão da igreja dos Mártires (seu nº3) e, de se dever à sua mestria grande parte dos orgãos das igrejas reconstruídas em Lisboa após o terramoto (o seu nº103 está datado de 1828).

São da sua autoria o Grande Orgão, actualmente no coro-alto (desactivado), numerado como 23º e o orgão positivo, mais pequeno, numerado como 32º, que se encontra no transepto e que se mantém em funcionamento.

  • O Grande Orgão, tem planta rectangular, tendo na fachada três castelo, dois teclados manuais de cinquenta e três notas, correspondentes ao Grande Órgão e ao Eco, possuindo pedaleira, com cinquenta pedais;

  • O orgão positivo, apresenta flautas na fachada principal e possui um teclado manual com cinquenta e quatro notas e sete registos.


"Todavia, há notícia de que para a basílica foram realizados três órgãos que, de acordo com Lino de Carvalho, tocariam em simultâneo nas missas da noite de Natal, de Quinta-feira Santa e de Sábado de Aleluia."

Sandra Costa Saldanha in "A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus"



 

O que ficou por fazer


Estudos recentes de Nuno Saldanha e Sandra Costa Saldanha concluem que, pelo menos a partir de 1791, quando foi desenhada uma “Planta que mostra o ultimo projecto da Nova, e Real Praça que deve aver na frente da Real Igreja do Santíssimo Coração de Jezus”(8), o projecto para este complexo era mais extenso e ambicioso (9)(10)) e incluía: a construção da ala esquerda do convento que naturalmente seria um alargamento e melhoramento do Palacete, criando a simetria que daria equilíbrio a todo o complexo (como é sugerido por Nuno Saldanha com a composição que faz utilizando o desenho de Reinaldo dos Santos); a construção de uma Praça (na zona aproximada onde actualmente se encontra o Jardim da Estrela); a colocação de uma estátua na zona central da praça de homenagem à rainha (que foi encomendada por Pina Manique e produzida em Itália e que se encontra actualmente no Palácio de Queluz) e, finalmente, a criação de arruamentos, habitações e infraestruturas que permitissem um melhor acesso ao local e criassem um novo polo de interesse na cidade em contraponto com a cidade pombalina.


Para além da encomenda da estátua por Pina Manique, que se concretizou, também o espaço terraplanado e "deixado vago" entre a Basílica e a rua João de Deus (actualmente ocupado pelo Jardim 5 de Outubro que, já existiria desde o início da construção, como é testemunhado por Ferráz Gramoza em 1810) e a assimetria do conjunto, "tão invulgar" em obras com esta dimensão, levam a supor que, eventualmente, desde o início do projecto tenha sido considerada a eventualidade de se construir uma ala, do lado do evangelho e que, defronte da Basílica, estaria pensado um local suficientemente amplo para albergar uma estátua com a dimensão daquela que foi encomendada (só em 1824 as “Terras de Cemiadura pertencentes a António Joze Rodriguez” deram lugar ao actual Jardim da Estrela (4))


"Do lado oriental da Igreja fica hum campo razo, que vem acabar em huma Rampa, que sustenta a rua que vai da Estrela para Buenos Aires: Da parte do Sul nas costas da capela Mor edificarão humas salas, a que derão o nome do Palacete, para que quando S.S.M.M. e A. A. quizesem pasar o dia naquele sitio tivesem a comodidade de se alojarem sem detrimento; porem sem frente; sem semetria, sem claridade; e finalmente sem perfeição."
José Pedro Ferrás Gramoza, in Successos de Portugal: memorias historicas, politicas e civis

Ferráz Gramoza, vai mais longe e, numa nota de rodapé, não se contenta em apelidar de "tão invulgar" a assimetria e, entre rasgados elogios à obra realizada, mostra profunda indignação pela falta de lembrança que, o arquitecto que fez o risco teve, ao ignorá-la e, reforçando a sua ideia, afirmaria que nem um medíocre mestre de obras a ignoraria. Esta observação, embora dita sem ironia, chama a atenção para outro pormenor importante - como é que dois arquitectos que sabemos ser, não só respeitadores das boas práticas de arquitectura da época, mas, sobretudo óptimos arquitectos "esquecem" a simetria, quando o Terreno dava lugar para a mais admiravel Architectura? Basta olharmos para as fachadas do Convento de Mafra, do posterior Palácio da Ajuda, para, etc, etc, etc.


"Não poso deixar de notar que em huma obra desta qualidade, em que vemos todas as peças, de que se compoem o Edificio, serem as mais preciózas pela matéria, e arteficio de que se revestem, conciderada cada huma em si, faltase hum Risco, que a enobrecese, e aprezentase logo á vista de todos huma tal magnificencia, que admiramos em cada huma em particular; quando o Terreno dava lugar para a mais admiravel Architectura.
Eu não sei qual foi o Architecto, que fês o risco exterior; mas estou persuadido que qualquer mediocre Mestre d' obras, que se imcumbise de o fazer, teria ao menos a lembrança de o concluir com semetria, proporção e igualdade, ainda que uzase de hum risco, não novo, mas já visto, e praticado em outros Edificios desta natureza, de que há innumeraveis Estampas.
Qual não seria a Grandeza deste Edificio, se do lado oriental da Igreja continuasem o chamado Palacete athé á Rampa sobredita em correspondência do Dormitório?
Devendo-se porem dar-lhe huma prespectiva igual, e correspondente; ficando a Igreja servindo de centro aos dois lados o Dormitório e o Palacete.
Nesta forma seria o mais magestozo, e magnifico Apozento, e a mais admiravel, e maravilhosa obra que enobrecese a nosa Capital neste genero."
José Pedro Ferrás Gramoza, in Successos de Portugal: memorias historicas, politicas e civis

Hoje, resta-nos somente tentar encontrar - a, ou as razões - pelas quais este projecto, realizado por fases, não se concretizou até ao fim...


"A praça da Estrela, idealizada à margem da Lisboa pombalina, marcaria desse modo a urbanização mariana, a partir daquele ponto da cidade, com uma praça nobre que claramente se opunha aos valores burgueses e racionalistas da Baixa. Fracassada no tempo de Pombal, esta ideia de criar um pólo urbano centralizado numa encomenda da Corte – que se afigura, por si só, como um elemento de qualificação do espaço em que se insere – viria propor o desenvolvimento de uma capital distante das noções postas em prática após o terramoto de 1755."
Sandra Costa Saldanha in "A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus"Sandra Costa Saldanha


Reconstituição da fachada projectada, c. 1791.

Elaborada por Nuno Saldanha com base no 3.º projecto para a fachada da basílica, da autoria de Reinaldo Manuel dos Santos


Com as mortes de D. Pedro III e do confessor da rainha e, posterior doença de D. Maria I que a incapacita quase totalmente, o projecto, para avançar, necessitaria de um novo impulsionador.

Quando em 1794 a Real Barraca ou Palácio de Madeira, que há mais de três décadas era a residência oficial da família real, é destruída totalmente por um incêndio, D. João VI que já exercia o governo em nome da mãe, opta por, em sua substituição, erguer um grandioso palácio no mesmo local. As obras deste Palácio também ficariam por concluir, por falta de verba mas, sobretudo, pela partida da corte para o Brasil na sequência das Invasões Francesas.


O único testemunho que resta deste suposto projecto é a estátua da rainha D. Maria I no pátio de entrada do Palácio de Queluz(11) e cuja dimensão e ostentação de grandeza, se enquadraria melhor naquela idealizada Praça que, no pátio do Palácio onde se encontra, dimensionado para ser uma residência de verão e lazer.





 

O que sobrou


Como era tradição na época as "sobras" das pedras usadas em grandes edificações era reaproveitada para outras construções e o mesmo aconteceu com as sobras da pedra desperdiçada na Basílica da Estrela que foi aproveitada na construção e decoração da Igreja de Nossa Senhora das Dores, situada na Rua do Patrocínio, edificada nas décadas 80 e 90 do séc. XVIII.


Esta Igreja chegou a ser sede provisória da paróquia de Santo Condestável até à conclusão da sua Igreja.

Desde 1962 a Igreja é propriedade da Kirche der Katholiken Deutscher Sprache - comunidade católica de língua alemã residente em Portugal.




 

os artistas


arquitectura

Mateus Vicente de Oliveira, Reinaldo dos Santos

escultura

Joaquim Machado de Castro, Alexandre Gomes, João José Elveni, José Joaquim Leitão, Pedro António Luquez, Faustino José Rodrigues e Luigi Chiari

pintura

Girolamo Pompeo Batoni, Pedro Alexandrino Carvalho, Cirilo Volkmar Machado, Eleutério Manuel de Barros, infanta D. Maria Ana Francisca Josefa e princesa D. Maria Francisca Benedita

talha

José Abreu do Ó e António Ângelo

orgão

António Xavier Machado e Cerveira


morada

inauguração

classificação

horário

preço

Praça da Estrela

1789

1910 - MN - Monumento Nacional

08:30/12:00 13:00/18:00


 
(1) "(...) Pela descrição deste acontecimento,sabe-se que foi armada no local da futura basílica uma igreja do tamanho da que estava projectada. Ricamente ornamentada, todo o seu interior foi decorado com tapeçarias, damascos, veludos e guarnições a ouro,sendo ainda apetrechada com janelas de vidro, uma tribuna, camarins, altar e dois tronos." Sandra Costa Saldanha in A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus
(2) Sandra Costa Saldanha in A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus.
(3) A maioria da autoria das obras referidas é somente "atribuída" aos seus autores, fruto de estudos de especialistas, em virtude de por vezes ser difícil estabelecer definitivamente e inequivocamente essa autoria, essa autoria pode a qualquer momento ser alterada face a novos estudos com novos dados.
(4) Sandra Costa Saldanha in A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus.
(5) Miguel Faria in Anais. Vol. V/VI, O Ensino das Belas-Artes em Portugal nas vésperas da fundação da Academia
(6) Site SIPA - http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=10613
(7) Nuno Saldanha, professor de História de Arte, em entrevista ao programa ECCLESIA.
(8) Planta incluída no livro de Sandra Costa Saldanha, A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus
(9) "(...) Concluída a edificação e sagrada a obra, a verdade é que um convento para carmelitas descalças acabaria por não ter sido mais do que um acaso ou, se quisermos, do que um pretexto. Fundamentalmente tratava-se de levar a cabo o empreendimento mais marcante e promocional do reinado da sua fundadora." Sandra Costa Saldanha in A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus​
(10) "(...) A encomenda constituía-se de cinco estátuas de vulto: D. Maria I em traje clássico e, num plano inferior, a América, a Ásia, a África e a Europa; e quatro baixos-relevos alusivos às obras mais significativas mandadas erguer no reinado dessa soberana a basílica da Estrela, a Casa Pia, a Real Cordoaria e o dique do Arsenal da Marinha.
(...) Quanto à autoria do conjunto, considera-se habitualmente que tenha sido realizado pelo escultor Domenico Pieri e que João José de Aguiar tenha passado os modelos ao mármore. Atribuição baseada na inscrição existente na maquete em bronze enviada para Lisboa (DOMINICUS PIERI FECIT), estará apenas associada ao seu papel enquanto fundidor e não como autor." Sandra Costa Saldanha in A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus
(11) Foram várias as vicissitudes, descritas por Sandra Costa Saldanha no seu livro e resumidas aqui, que este grupo escultórico sofreu desde a sua encomenda até à sua chegada a Lisboa e a sua posterior colocação em Queluz, desde ter sido apreendido pelos franceses, aquando das invasões a Itália e depois resgatado mediante pagamento e, já em território nacional, ter estado desmantelado ao longo de meses, provavelmente dentro dos próprios caixotes em que foi transportado, no cais de Belém e na alfândega da Junqueira e posteriormente abandonado durante anos e, ter chegando a estar fragmentado em duas partes em 1896, das quais, a central, foi colocada no Museu da Associação dos Arqueólogos, e as quatro estátuas laterais, no cruzamento entre a Avenida da Liberdade e a Rua Alexandre Herculano.​
 












também aqui miradouro da Basílica da Estrela

no telhado das naves da Basílica, permite uma vista 360º sobre o Jardim da Estrela, a Estrela, Alcântara e Belém.


 

fonte fotográfica:

Vista panorâmica tirada do zimbório da estrela - CML

Desenhos de projectos da Basílica de Mateus de Oliveira e Reinaldo dos Santos ; Reconstituição da fachada projectada, c. 1791: Sandra Costa Saldanha in A Basílica da Estrela Real Fábrica do Santíssimo Coração de Jesus

Grupo escultórico de Santíssimo Coração de Jesus - Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian

Monumento D. Maria I - Wikimapia

Âncora 2
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