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Lembrar-me ainda e saber que vou esquecer. Essa é a justificação que dou a mim próprio para escrever estas palavras. Um dia, irei precisar delas para voltar a lembrar-me.(...)

 

José Luis Peixoto in Abraço

Arco da Rua Augusta

  • Foto do escritor: Ana Calheiros
    Ana Calheiros
  • 3 de mar. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 23 de jun. de 2024


O arco da Rua Augusta

Arco da Rua Augusta

classif. IGESPAR 1910 MN - Monumento Nacional


O Terreiro do Paço / Praça do Comércio

"Construída depois do terramoto de 1755, a Praça do Comércio veio substituir o espaço do Terreiro do Paço, onde estava edificado desde o século XVI o paço real, que formava conjunto com a Alfândega, a Casa da Índia, a Casa da Moeda, o Arsenal, e o Teatro da Ópera do Tejo, inaugurado meses antes da catástrofe que abalou a capital.
De imediato, Sebastião de Carvalho e Melo, ministro de D. José e futuro Marquês de Pombal, tomou a seu cargo a execução de diversas medidas legislativas destinadas a superar os problemas sociais, económicos e urbanísticos originados pelo sismo. Em 1756 era formada a Casa do Risco das Obras Públicas, com uma equipa de engenheiros militares chefiada por Manuel da Maia, engenheiro-mor do reino, cujos mais diretos colaboradores eram Eugénio dos Santos de Carvalho e Carlos Mardel.
Foi elaborado pelo engenheiro um estudo, executado em três partes, no qual se delinearam várias hipóteses de reconstrução para a área entre o Rossio e o Paço da Ribeira. A opção escolhida pelo ministro do rei foi a mais radical de todas as apresentadas, arrasar a zona baixa e reconstruir os seus bairros segundo um plano totalmente novo, que previa uma harmonia entre a largura das ruas e a largura e altura dos edifícios.
A planta, desenhada por Eugénio dos Santos, deu origem a uma nova cidade, disposta numa grelha geometricamente equilibrada, em que oito ruas no sentido sul-norte, que ligam o Rossio ao Terreiro do Paço, são entrecortadas por nove ruas dispostas no sentido este-oeste.
No lugar do terreiro do palácio foi planeada uma nova praça real, ao género da "place royale" francesa, que se abria sobre o Tejo, numa disposição geométrica perfeita. Referida pela primeira vez como Praça do Comércio num alvará de Junho de 1759, passaria a albergar a Bolsa do Comércio, ficando a construção dos edifícios que a delimitavam a cargo dos comerciantes da capital. A nova praça tornou-se, por excelência, o espaço da nova burguesia mercantil protegida por Pombal, tornando-se no "novo centro oficial da capital e do governo do país" (FRANÇA, 1989, p. 34).
No centro da praça foi implantada a estátua equestre de D. José, da autoria de Reinaldo dos Santos, cuja edificação foi concluída somente em 1775." www.patrimoniocultural.pt

Gaspar Frois Machado (atribuído) - Séc. XVIII (2ª metade)

Gravura colorida inspirada no projeto de Eugénio dos Santos – Arquivo do Palácio Pimenta (Museu da Cidade)

625 mm x 435 mm

Para a reconstrução das alfândegas e da Bolsa os comerciantes de Lisboa oferecem uma contribuição de 4% sobre as mercadorias importadas.


As obras do conjunto do Arsenal da Marinha iniciaram-se em 1757 bem como as demolições em redor da Alfândega Velha para "saída de fazendas e passagem do povo" e em 1759 é assinada com os mestres-pedreiros e carpinteiros, a "escritura de obrigação da manufactura da Praça do Comércio" (que é referida com este título pela primeira vez); chegam os primeiros paus de pinho para assentamento do Arsenal e da Praça do Comércio, provenientes dos pinhais dos arredores de Alcácer do Sal, assim como madeira de castanho e de souto da Beira e posteriormente, as pedrarias vêm de pedreiras propositadamente abertas na Quinta da Alagoa e da Quinta Velha nas proximidades de S. Domingos de Rana, onde havia bancos de calcário de grande qualidade.


Por morte dos seus dirigentes na Casa do Risco sucederam-se na sua direcção: Eugénio dos Santos (até 1760); Carlos Mardel (até 1763); Miguel Ângelo de Blasco (até 1770 por nomeação para engenheiro-mor por morte de Manual da Maia); Reinaldo Manuel dos Santos (até 1792).


Em 1775 a Praça do Comércio estava apenas parcialmente construída, na parte terminada estavam instalados, para além da alfândega e da bolsa, a Mesa do Desembargo do Paço e outros tribunais, no piso nobre, e a Real Biblioteca Pública nos mezzaninos, na ala norte funcionavam o Senado da Câmara, a Real Junta do Comércio, as Secretarias do Reino e a Casa da Suplicação.


Só em 1797 é concluído o "cais da praça" que viria a ser conhecido como "Cais das Colunas"


Só em 1842 é concluído o torreão ocidental da praça do Comércio, ficando assim completo o conjunto da Praça, à excepção do arco.


A estátua equestre de D. José I


Eugénio dos Santos executa em 1759 um desenho para a estátua equestre do rei e, em 1771, Joaquim Machado de Castro vence o concurso para a execução da estátua equestre com base no desenho de Eugénio dos Santos, introduzindo algumas mudanças no desenho sobretudo dos grupos escultóricos laterais.


Em Junho de 1775 é inaugurada a estátua equestre de D. José I. As festas duraram três dias, com cortejos alegóricos, fogo-de-artifício, exercícios militares, iluminações públicas, espetáculo de ópera, baile e banquete. Os festejos foram protagonizados pelo marquês de Pombal e pelo presidente do senado, o Conde de Oeiras, seu filho, que descerraram a estátua, enquanto a família real assistia "incógnita" numa das salas da nova alfândega.


O Arco Triunfal da Rua Augusta


Quando é inaugurada a estátua de D. José I, o arco triunfal previsto por Eugénio dos Santos para a entrada da Rua Augusta tinha sido iniciado.




Aspecto da Frontaria da Praça do Comércio que faz frente ao rio.

Compreende 3 ruas da parte do Rossio vem todas desembocar na referida Praça do Comércio.

Desenho a tinta da China com aguada. Ass. Eugénio dos Santos e Carvalho e de Sebastião Joseph de Carvalho e Mello.

Academia Nacional de Belas-Artes. Fotografia, Estúdios Horácio Novais - CML (1982),Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.

Arco do meio da Praça do Comércio.

Estudo a lápis e tinta da China, com aguada. S/ assinatura, 2ª metade do séc. XVIII.

Museu da Cidade. Fotografia, Estúdios Horácio Novais - CML (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.





Quando D. Maria I sobe ao trono, logo no início do seu reinado, a sua incompatibilidade com o Marquês de Pombal fazem, não só que o demita mas que seja julgado e condenado a sair da corte e a permanecer afastado a uma distância de vinte léguas. Tornando o seu exílio voluntário em Pombal em exílio compulsivo. Também a sua obra sofreu consequências, D. Maria I em 1777 manda demolir o Arco da Rua Augusta e o quarteirão que lhe ficava anexo.


1 - (cerca de 1820) Litografia - Colunatas colocadas em 1815. - Fonte fotografia: Arq. Municipal de Lisboa 2 - (cerca de 1855) Construção do coroamento do Arco da Rua Augusta 3 - (Anterior a 1873) - Arco parcialmente construído - Fonte fotografia: Arq. Municipal de Lisboa



Em 1815 são colocadas as colunas do arco da R. Augusta que ficam a espera de coroamento.


Em 1843 é aberto um concurso para o projecto do Arco da Rua Augusta cujo vencedor é o arquitecto Veríssimo José da Costa.


Só em 1875 o Arco da Rua Augusta está terminado com a inclusão das esculturas de Anatole Célestin Calmels e de Vítor Bastos tendo sido iniciado, segundo o projecto de Veríssimo da Costa, em 1873. Fonte histórica: www.monumentos.pt


Esculturas de Vítor Bastos no corpo do Arco Esquerda: 1 - Rio Tejo; 2 - Viriato; 3 - Vasco da Gama Direita: 4 - Marquês de Pombal; 5 - D. Nuno Álvares Pereira; 6 - Rio Douro Fonte fotografias: aps-ruasdelisboacomhistria.blogspot.pt

Esculturas de Anatole Célestin Calmels - "A Glória coroando o Génio e o Valor" VIRTVTIBVS MAIORVM VT. SIT OMNIBVS. DOCVMENTO P(ECVNIA). P(VBLICA). D(ATVM). À virtude dos antepassados para ser exemplos para todos.Oferecido por subscrição pública" Fonte fotografia: CML




morada

inauguração

arquitecto

escultura

também aqui

Rua Augusta

1875

Veríssimo José da Costa

Anatole Célestin Calmels e Vítor Bastos

Miradouro do Arco de R. Augusta


 














também aqui Miradouro do Arco da Rua Augusta

Um miradouro surpreendente

Num local inesperado mas localizado num local único da cidade, o epicentro de Lisboa pombalina.  

 

Fonte fotográfica:

referenciada em legenda; as restantes são de arquivo pessoal

Âncora 2
legenda pontos sobreLx
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