elevadores e ascensores de Lisboa extintos
- Ana Calheiros
- 3 de mar. de 2021
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elevadores e ascensores de Lisboa extintos
Da primeira geração de Elevadores e Ascensores foram extintos três Ascensores e dois elevadores.
Os três ascensores extintos tinham vários pontos comuns: foram todos projectados por Raoul Mesnier de Ponsard; utilizavam o sistema de “cable-car”; cobriam distâncias longas e, os seus percursos, foram em parte reutilizados pelos carros eléctricos.
Ascensor da Estrela, Ascensor da Graça, Ascensor de S. Sebastião
Ascensor da Estrela
Inaugurado em 1893 e desactivado em 1913
Circulava entre o Largo da Estrela e o Largo de Camões e cobria a distância de 1700 metros que exigia a presença de sinaleiros em vários pontos do percurso. Causou graves problemas e, por essa razão, foi apelidado de "Mata Cães" ou "Maximbonbo da Estrela”. Foi substituído em 1915 pelo carro eléctrico.
Ascensor da Graça
Inaugurado em 1893 e desactivado em 1909
Ligava o Largo da Graça à Rua da Palma e cobria a distância de 730 para um desnível de 75 metros.
O seu trajecto foi substituído parcialmente em 1915 pelo carro eléctrico.
Ascensor de S. Sebastião
Inaugurado em 1899 e desactivado em 1901
Ligava o Largo de São Domingos, ao lado do Teatro D. Maria II ao Largo de São Sebastião da Pedreira numa extensão de 2900 metros. Tinha a sua estação inicial ao lado do Teatro D. Maria II, percorria a R. de S. José, passava pelo Largo Andaluz e tinha a estação terminal no Largo de São Sebastião da Pedreira.
Facilitava o acesso dos visitantes ao Jardim Zoológico, então localizado na Palhavã que, na altura, era considerada arrabaldes da cidade.
Elevador do Chiado ou da Rua do Crucifixo
Inaugurado em 1892 funcionou como elevador público até 1912 tendo passado a privado quando foi incorporado nos extintos Armazéns do Chiado.
Projecto atribuído a Raoul Mesnier.
Elevador vertical trabalhava por contrapeso de água com uma cabine com capacidade para 48 pessoas, dispunha de um ascensorista a bordo.
Fazia a ligação entre a Rua do Crucifixo e a Rua Garrett no Chiado.
A sua entrada fazia-se pela Rua do Crucifixo, n.º 113 e a saída era feita atravessando o interior do Hotel Universal, então existente na Rua Garrett, no Chiado.
(após a reconstrução dos Armazéns do Chiado depois do incêndio de 1988, continua a existir um elevador no centro comercial que desempenha as mesmas funções).
Elevador de São Julião ou do Município
Inaugurado em 1897 foi encerrado em 1915 tendo sido substituído na sua função por um carro eléctrico.
Da autoria de Raoul Mesnier.
Elevador vertical trabalhava por contrapeso de água com duas cabines com capacidade para 25 pessoas, dispunha de um ascensorista a bordo.
Fazia a ligação entre Largo de São Julião ao Largo da Biblioteca Pública (actual Largo da Academia Nacional de Belas-Artes).
A sua estrutura tinha uma altura máxima de 40 metros e servia um desnível de 30 metros. Era constituído por duas torres que albergavam uma cabine cada uma.
![]() | Este elevador ficou ligado à intentona de 28 de Janeiro de 1908 que ficou conhecida como "Golpe do Elevador da Biblioteca" em que conspiraram carbonários, republicanos e dissidentes progressistas. Foram presos António José de Almeida, Afonso Costa, Álvaro Poppe e outros suspeitos, num total de noventa e três conspiradores. Na sequência desta intentona ou, como consequência das prisões subsequentes reflexo do endurecimento de posições, dias depois, a 2 de Fevereiro de 1908, dá-se o regicídio que vitimou o rei D. Carlos I e o Príncipe Real Luis Filipe gerando uma grave crise política que levou à implantação de República. |
Fonte fotográfica:
João Manuel Hipólito Firmino da Costa In A Tomada de Lisboa pelos Ascensores (Tese de Mestrado)
elevador do município - historiaschistoria.blogspot.pt